O Fan Ultimativo: Fan-Geschichten

O Fan Ultimativo - histórias de fãs


Juventude à bola

O país está chorando, todo um continente está desolado. O que passou com o futebol? O que passou com os jogadores?

Todos estão tristes e descepcionados com o país do samba e do futebol. Onde está a alegria, onde a paixão e a dança com a bola?

Nunca foi segredo que os brasileiros não podem ser chamados de grandes teamplayers mas agora estão perdendo até a sua individualidade.

Todos choramos pelo futebol que o mundo inteiro tanto amava e esperava assistir.

Botamos fé numa nova época. Deixem a juventude tomar conta da pelota. Na minha viagem pelo Brasil pude vivenciar o grande poder da juventude. Essa gente jovem representa o Brasil novo. São creativos, brincalhão, radiantes e tão orgulhos.

Provavelmente ainda era cedo para o hexa mas este pertence desde já à juventude do Brasil.

Ute Müller de Flor (07 de julho de 2006)



Vida em Fortaleza

Até que enfim, o meu futuro marido chegara à maravilhosa Fortaleza!

A brisa morna e o balanço dos coqueiros do calçadão da praia o seduziram de vez, e, para assegurar que não conseguiria nunca mais deixar nem essa cidade nem, é óbvio, o Brasil, casamos em 1987. E, conseqüentemente, ele guardou aquele eterno souvenir no seu coração.

É o método mais seguro de manter uma âncora invisível ali.

Depois falta é só gozar de tudo aquilo que a belíssima cidade com suas misteriosas dunas nos oferece:

- saborosos caranguejos acompanhados por uma cervejinha e, às quintas-feiras, Música Popular Brasileira ao vivo na Praia do Futuro;

- abraçar o sol da manhã caloroso na areia branquinha da praia, e sentir o mar azul de ondas salgadas, brancas e espumantes na pele enquanto se está tomando uma água de côco geladinha;

- assistir ao pôr-do-sol vermelho na Volta da Jurema onde a gente, pensando poder tocar o horizonte de tão perto que parece, belisca dos mais variados tipos de tapioca com cafezinho, para depois optar por um prato de pescado e camarão em Peixadas;

- a caipirinha no Dragao do Mar onde se come a melhor pizza e se vêem as pessoas mais bem-humoradas, ou então ir a um Shopping onde se encontra tudo o que se possa desejar, sem esquecer da comida por kilo que se oferece por todo lado, das mais variadas formas e acompanhada por sucos naturais.

Se quiser tudo isso num só lugar, o jeito é ir ao Beach Park onde a gente se acha num ambiente caribenho.

Mas para se misturar ao povo amável e sem grilos, nada melhor do que ir ao Centro, tomar um caldo de cana com um pastel de queijo na Praça do Ferreira, e seguir perambulando pelas ruazinhas do centro com os seus velhos sobrados até chegar no Teatro José de Alencar.

Se for praieiro/a, deve tomar em consideração as numerosas praias amplas, em diversas partes da região, todas lindíssimas e uma diferente da outra, de modo que quase indescritíveis em poucas palavras. Melhor começar por Canoa Quebrada ou Jericoacoara. Apesar de que Cumbuco esteja mais perto, fazendo quase parte de Fortaleza.

Gostando de caminhadas, há as belas serras a serem subidas e descobertas como por exemplo a Serra de Guaramiranga ou a Serra de Baturité, onde se pode tomar banho de cascata e experimentar especialidades culinárias típicas da região.

Gostando da vida de campo, tem que ir ao Sertão e conhecer as numerosas cidadezinhas e os costumes de sua gente que leva outro ritmo de vida, diferente da gente urbana.

A gente se encontra no Brasil!

Zenda and Hartmut Theis from Cologne



Nunca mais caipirinha!!

Ja passara quatro meses no nordeste do Brasil e me orgulhava de ter sobrevivido as situações mais possíveis e impossíveis. Passara relativamente bem especialmente aqueles louvados churrascos e festinhas em tudo que é lugar, em tudo que é feriado, e em todos momentos da vida que tem que ser urgentemente batizados por Pitu e caipirinha. Mas na véspera da volta pra Alemanha, já em São Paulo, mais uma vez, teria que passar mais uma prova.

Uns amigos me levaram a uma apresentação de uma escola de samba, que estava ensaiando para o Carnaval, logo na esquina.

Obviamente, esses ensaios acabam sendo um ótimo pretexto para se fazer uma festinha de rua, e (obviamente) acabamos pedindo caipirinha. Fiquei me concentrado de tal forma numa ofuscante fantasia de paetê vermelha e preta, nas delgadas pernas duma mulher e nos batuqueiros, que nem prestei atenção na preparação da caipirinha. Depois de ter tomado meio copo, me deu a impressão de que estava vesgo. Quando tentava virar a cabeça, tudo ao meu redor começava a se mexer em pequenas rupturas, feito uma imagem trancada de TV. Só com muito esforço entendia aquilo que os amigos me diziam. Foi quando vi as suas caras preocupadas mas, para mim, difusas que me dei conta de que havia algo de errado acontecendo...

Na manhã seguinte, o meu amigo me contou que os vendedores da cachaça, eles mesmos costumavam a destilar em produção caseira - o que não corresponde à lei mas enfim ... - e que faziam dos turistas suas cobaias. Sorte a minha que, somente de noite, tive que embarcar em direção a Frankfurt.

CL



Viva o futebol brasileiro!

Um jogo na “cidadezinha“ de três milhões de habitantes, Goiânia

Assim que finalmente me encontrava no Brasil. Subira o empolgante Pão-de-Açúcar, aprendera, nos braços de homens fascinantes, a dançar samba, tomara „autênticas“ caipirinhas, a fitinha da sorte da Bahia flutuava no meu braço, reservara até o finalzinho da minha estada no Brasil somente uma aventura: assistir uma vez a um jogo de futebol no estádio!

Estava no Interior, no campo, por assim dizer, numa cidadezinha de três milhões de habitantes chamada Goiânia. Seria possível conhecer, neste êrmo, o clichê do encanto de bola brasileiro acompanhado por batuques e a torcida dançando?

Numa manhã chegou a hora: os meus amigos me contaram com grande entusiasmo que, na mesma tarde, haveria uma partida de futebol.

O estádio municipal era impressionante, nas suas dimensões certamente comparável ao estádio olímpico em Berlím, mas um tanto decaído: pedaços de reboço caíndo, buracos de dimensões medianas dando tranquilamente para uma criança cair e se perder para sempre, nas escadas que levam às galerias. Hoje era a vez dos „Cristianos“ jogarem contra uma equipe qualquer das redondezas. Até aquele momento, nunca tinha ouvido falar na existência de equipes confessionais, mas, na verdade, porque não? Teria sido bonito um jogo de amizade entre um time de candomblé contra um time cristiano...

Mesmo que o público ocupava somente uma oitava parte do estádio, os batuqueiros simulavam uma orquestra inteira. Me encontrava no miolo da galera eufórica que mexia os quadrís no compasso do batuque. Os jogradores driblavam a pelota com jeito – aqui o futebol continuava sendo, antes de tudo, um jogo.

Uma experiência inacreditável.

Nem me lembro quem ganhou mas jamais me esquecerei da atmosfera, da euforia, do “jeito brasileiro”.

De alguma forma, o clichê „Brasileiros e futebol“ se confirmou, não por ser chique mas pelo fato da vida ser assim.

Viva o futebol brasileiro!

AS